Milly Lacombe: Cazé TV supera GE TV na NFL e acirra disputa na TV esportiva

Quando Milly Lacombe, jornalista esportiva da UOL Esporte publicou, na terça‑feira, 8 de setembro de 2025, um artigo de opinião, ela trouxe à tona um duelo que vem dominando as conversas nos bastidores da TV esportiva: Cazé TV contra GE TV. O confronto ganhou destaque durante a partida da primeira rodada da NFL entre Los Angeles Chargers e Kansas City Chiefs, onde a diferença de audiência foi impressionante.
Contexto da competição entre plataformas
Desde o lançamento do canal no YouTube da GE TV em julho de 2025, a emissora tradicional buscava recuperar espaço que vinha sendo “roubado” pela energia do Cazé TV. O slogan da GE, “mamãe tá on”, tenta transmitir autoridade de um conglomerado de mídia com “força de titã”. Mas, como aponta Lacombe, poder financeiro não garante a atenção da geração mais conectada.
Dados de audiência da partida NFL
- Total de visualizações: Cazé TV registrou 9,4 milhões; GE TV ficou em 1,35 milhão.
- pico simultâneo: 430 mil espectadores em Cazé TV contra 170 mil em GE TV.
- Tempo médio de permanência: 12 minutos em Cazé TV, 7 minutos em GE TV.
Esses números foram divulgados pelo site Marketing Esportivo na manhã de 8 de setembro, corroborando a percepção de que a plateia jovem prefere formatos mais autênticos e menos roteirizados.
Análise de Lacombe e de Alicia Klein
"A gente ama um esporte que nos odeia", disse Lacombe ao encerrar seu texto, refletindo o desgaste que sente ao cobrir um universo marcado por machismo institucionalizado. Em seu programa "Jogou Onde", ao lado de Alicia Klein, ela explicou que a geração Millennial e a Z valorizam naturalidade, espontaneidade e autenticidade, atributos que o canal de Casimiro Miguel (popularmente conhecido como “Cazé”) entrega ao vivo, sem cortes.
Klein acrescentou: "Não estamos falando de haters, mas de empregadores que institucionalizaram a misoginia. Hoje, os jovens homens demonstram níveis de machismo ainda maiores que a geração de seus pais". Essa afirmação ganhou eco entre profissionais de mídia que temem que a pressão por "conteúdo rápido" acabe alimentando discursos agressivos.

Reação das plataformas e o embate de poder
A GE TV, representada por seu diretor de conteúdo, ainda não comentou publicamente os números, mas fontes internas afirmam que a estratégia inclui acordos de exclusividade com ligas europeias para compensar a perda de público na NFL. Enquanto isso, Cazé TV intensificou a produção de streams interativos, permitindo que os espectadores enviem perguntas em tempo real, prática que tem aumentado o engajamento em torno de jogos de futebol e, agora, de futebol americano.
Polêmica e exclusão da Feira Literária de Mogi (FLIM)
O clima tenso não ficou restrito ao universo esportivo. Em setembro de 2025, Lacombe viu sua participação na Feira Literária de Mogi (FLIM) cancelada. O motivo: um vídeo de Thomaz Henrique, vereador do PL, que criticou a jornalista e pediu que a organização da feira, a AFAC, a “excluísse por causa de suas posições familiares”.
No dia 12 de setembro, o prefeito Anderson Farias ligou para Vicentina Aranha, diretora da AFAC, e para o diretor‑executivo Aldo Zonzini Jr., decidindo “não trazê‑la” ao evento. A justificativa foi que Lacombe teria "pensamento contrário à família". Em solidariedade, o escritor Xico Sá retirou sua participação da FLIM, gerando novas discussões sobre liberdade de expressão nos espaços públicos.

Impacto no jornalismo esportivo brasileiro
O caso Lacombe evidencia duas frentes: a disputa tecnológica entre canais de transmissão e a batalha cultural sobre quem tem o direito de falar de esportes. A baixa aceitação de GE TV entre jovens indica que o modelo tradicional ainda precisa se reinventar, talvez adotando a informalidade que faz sucesso em Cazé TV. Por outro lado, a censura na FLIM levanta dúvidas sobre a tolerância ao discurso crítico dentro de instituições públicas.
Próximos passos e o que observar
- Se GE TV fechará novos acordos de licenciamento com ligas europeias nos próximos meses.
- Monitoramento do crescimento de Cazé TV nos esportes não‑nacionais, como a NBA e a MLB.
- Possíveis ações judiciais de Lacombe contra a exclusão da FLIM, que podem criar precedentes para jornalistas.
- Reações de outros veículos de comunicação que podem apoiar ou condenar a postura da prefeitura de Mogi.
Perguntas Frequentes
Como os números de audiência da NFL refletem a preferência do público jovem?
A diferença de visualizações – 9,4 milhões em Cazé TV contra 1,35 milhão em GE TV – mostra que os jovens priorizam plataformas que oferecem interação ao vivo, linguagem descontraída e pouca edição. Essa preferência tem sido confirmada por outras métricas, como o tempo médio de permanência mais longo em Cazé TV.
Qual foi a motivação da exclusão de Milly Lacombe da FLIM?
A decisão, tomada pelo prefeito Anderson Farias e divulgada pelos vereadores Thomaz Henrique e Zé Luís, foi justificada como defesa dos valores familiares. Na prática, a medida parece responder a críticas ao posicionamento de Lacombe sobre misoginia no esporte.
O que especialistas dizem sobre o futuro da transmissão esportiva no Brasil?
Analistas de mídia apontam que a disputa entre gigantes como GE TV e criadores independentes como Cazé TV marcará o caminho. Estratégias híbridas – combinações de direitos exclusivos e produção de conteúdo digital espontâneo – são vistas como a solução mais viável.
Qual o impacto da polêmica na carreira de Lacombe?
A exposição provocada pela disputa de audiência e pela exclusão da FLIM aumentou a visibilidade de Lacombe, mas também trouxe desafios: possíveis processos judiciais, pressão de patrocinadores e a necessidade de equilibrar críticas ao machismo sem ser silenciada.
Leandro Augusto
outubro 15, 2025 AT 01:33É evidente que a GE TV está presa ao passado, incapaz de compreender as dinâmicas de consumo da geração Z. Enquanto o Cazé TV domina com interatividade, a GE TV persiste em formatos antiquados, como se ainda acreditasse que o público se contenta com transmissões monótonas. Esse atraso institucional justifica a diferença gritante de audiência apresentada no último jogo da NFL. A falta de inovação não é apenas negligência, é puro desdém com o espectador moderno. Se a GE TV não repensar sua estratégia imediatamente, continuará enterrada sob o peso da própria obsolescência.