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A Fazenda 17 estreia com infiltrados, R$ 2 milhões em jogo e transmissão 24/7 sem cortes

A Fazenda 17 estreia com infiltrados, R$ 2 milhões em jogo e transmissão 24/7 sem cortes set, 16 2025

Dois infiltrados entre os peões, câmera ligada sem respiro e uma estrela de novela latina dentro do curral. É assim que A Fazenda 17 começou no dia 15 de setembro de 2025, na Record TV, com Adriane Galisteu no comando e um prêmio de R$ 2 milhões para quem aguentar 95 dias de pressão, tarefas rurais e muito jogo social. No total, 26 nomes entraram no confinamento — 24 competidores regulares e dois infiltrados encarregados de confundir todo mundo na primeira semana.

O reality volta às origens rurais, mas com novidades que mexem direto na experiência do público: transmissão ininterrupta 24 horas por dia no Record Plus, a nova plataforma de streaming da emissora, e a chegada de dois bezerros de búfalo ao elenco de animais da fazenda. A produção promete preservar a estética clássica do programa, porém com um cuidado extra na entrada dos participantes, que, segundo o diretor Rodrigo Carelli, faz uma ponte com temporadas passadas para agradar quem acompanha o formato de longa data.

O primeiro impacto vem do elenco. A presença de Gaby Spanic — a eterna Paulina e Paola de "A Usurpadora", sucesso tardio dos anos 1990 no SBT — muda a régua do programa. Junto dela, nomes populares da TV, da música, do humor, do esporte e das redes sociais garantem uma mistura explosiva que tende a render alianças improváveis, choques de ego e momentos de TV que ficam na memória.

O jogo começa com mistério: infiltrados, bônus e rotina da fazenda

Entre os 26 confinados, dois competidores entraram com uma missão secreta: Matheus Martins e Carol Lekker precisam passar a primeira semana sem serem desmascarados. A dinâmica é simples na teoria e complicada na prática. Até a primeira terça (23 de setembro), os demais peões precisam apontar quem são os infiltrados. Se cinco ou mais acertarem, quem acertar divide um bônus de R$ 50 mil. Se menos de cinco acertarem, o infiltrado leva o prêmio sozinho. Vale atenção: o segredo não é apenas esconder o papel, mas soar autêntico o tempo todo.

Para o público, essa mecânica vira um prato cheio. O elenco vai investigar falas, reações, contradições e até pequenos deslizes de rotina: quem erra regra básica, quem parece "brifado" demais, quem evita se comprometer nas primeiras conversas. Infiltrados, por outro lado, costumam criar histórias de vida coerentes e se alinhar a diferentes grupos sem bater de frente, pelo menos até o primeiro grande evento ao vivo.

Essa malícia inicial acontece enquanto a vida na roça cobra presença. A dinâmica da fazenda exige acordar cedo, tratar animais, lidar com ferramentas, manter a limpeza e dividir tarefas. Este ano, dois bezerros búfalos entram no roteiro e pedem mais disciplina: alimentação certa, hidratação, manejo calmo e respeito a protocolos definidos pela produção. Não é só TV; é convivência com a natureza sob supervisão técnica. Quem se dedica ganha respeito do grupo e do público. Quem enrola, vira alvo rápido.

No meio disso, surgem as provas. O formato combina desafios de habilidade, resistência e estratégia que normalmente definem privilégios, imunidades e influência no jogo. Além de mexer no humor da casa, eles expõem quem lidera, quem treme e quem joga escondido. Primeiros dias mostram muito: tom de voz, disposição no trabalho, parceria nas tarefas e capacidade de resolver conflito sem descambar para a gritaria.

Para a audiência, a mudança mais sentida é a câmera sem cortes no Record Plus. Galisteu avisou: nada de interrupção na transmissão contínua. É um convite para acompanhar de perto, ver como um comentário nasce, entender o contexto de brigas e observar o silêncio que, muitas vezes, pesa mais do que o barraco. Claro, conteúdo 24/7 também amplia o risco de comportamento que fura o combinado. Nessa hora, moderação, regras claras e ação rápida da produção viram parte do jogo.

Rodrigo Carelli antecipa outra camada: a entrada dos participantes faz referência a momentos marcantes de edições anteriores. Isso conversa com a memória do fã e dá um clima de "ciclo que se renova". Ele também disse que muita gente do elenco já era citada em listas da imprensa, mas duas ou três escolhas ficaram guardadas a sete chaves. Sinal de que vem surpresa por aí — e surpresa, em reality, costuma ser gente que mexe no tabuleiro.

Quem está no jogo: perfis, expectativas e possíveis atritos

Quem está no jogo: perfis, expectativas e possíveis atritos

O elenco foi montado para provocar fricção e render história. Tem veterano de reality, apresentador polêmico, humorista com audiência gigante, influenciadores, atores, cantores e atleta. Um desenho que, sozinho, já cria enredo. Veja os destaques e o que cada um carrega para o confinamento:

  • Gaby Spanic: a venezuelana de "A Usurpadora" traz fama internacional e um repertório de vilã e mocinha que o público ama. Deve atrair curiosidade, alianças protetoras e cobranças altas. A expectativa é de que seja pivô de momentos de forte repercussão.
  • Nizam Hayek: ex-BBB, chega com bagagem de reality. Normalmente, quem já viveu paredão sabe ler câmera e tempo de jogo. Pode virar conselheiro do grupo ou alvo por parecer estrategista demais.
  • Dudu Camargo: apresentador com histórico de controvérsias. Num ambiente ao vivo, costuma não fugir de embates. Tem tudo para virar divisor de opiniões.
  • Toninho Tornado: comediante com quase 4 milhões de seguidores no Instagram. O humor ajuda a quebrar tensão, mas piada fora de hora também rende faísca. Se dosar, vira peça-chave.
  • Rayane Figliuzi: conhecida por ser namorada de Belo. O rótulo de "parente de famoso" pesa na primeira semana, mas comportamento consistente muda isso rápido.
  • Duda Wendling: atriz, acostumada a set e disciplina. Pode surpreender em provas que pedem foco e rotina.
  • Martina Sanzi: influencer e ex-De Férias com o Ex. Já viu briga de convivência e dinâmica de câmera. Tende a ser ativa no jogo social.
  • Luiz Mesquita: representação do esporte. Atleta normalmente vai bem em desafios e puxa trabalho cedo. Liderança prática conta pontos.
  • Will Guimarães: modelo e DJ. Figura de festa, mas a fazenda pede mais do que noite. Se abraçar tarefa, ganha terreno com o público.
  • Michelle Barros, Yoná Sousa, Wallas Arrais, Fernando Sampaio, Walério Araújo: um pacote que atravessa jornalismo/entretenimento, atuação, música e moda. São perfis com público fiel e repertório para conversas longas, o que pesa no ao vivo.
  • Shia Phoenix: ator e faixa-preta de jiu-jítsu. Controle emocional e disciplina podem ser armas num ambiente que testa limites diariamente.
  • Gabily: cantora, energia alta e torcida ativa. Em reality, engajamento fora da casa faz diferença nos momentos decisivos.

Os infiltrados Matheus Martins e Carol Lekker vão tentar transitar por todos esses mundos sem levantar suspeita. Estratégias comuns: não se colocar na linha de frente nos primeiros conflitos, oferecer ajuda nas tarefas sem se exibir, evitar fofoca pronta e, principalmente, dominar informações básicas da rotina para não dar bandeira. O perigo? A tentativa de parecer perfeito. Em reality, perfeição soa falsa.

Do outro lado, os caçadores de infiltrado tendem a adotar táticas simples e eficientes. Algumas aparecem sempre: perguntas repetidas para pegar contradição, observação de reação a regras não anunciadas em TV, incentivo para que a pessoa lidere algo específico e, claro, comparações de discursos em grupos diferentes. Quem investiga bem raramente grita. Observa, acumula e só então expõe.

O que esperar das primeiras semanas? Três movimentos clássicos: formação de panelas, definição do líder informal da casa e primeiros rótulos. O braço forte do trabalho rural costuma ganhar respeito, enquanto quem escapa de função vira comum alvo de voto. Em paralelo, o humor vira moeda valiosa. Piada que alivia tensão aproxima. Ironia afiada demais isola.

O impacto da transmissão sem cortes também muda a relação com o público. Em edições com câmera contínua, cresce o poder do fã em contextualizar cenas, derrubar narrativas tortas e defender favoritos com vídeos completos. A edição da TV aberta continua importante, mas o streaming passa a pautar debate e pressão. Com isso, peões mais atentos à imagem tendem a evitar explosões desnecessárias — pelo menos enquanto as alianças não estiverem maduras.

Sobre o cuidado com os animais, a produção reforça rotina de bem-estar com suporte técnico e orientação diária. O público vem cobrando isso em todos os realities rurais, e a chegada de búfalos amplia a responsabilidade. Manejo correto não é só protocolo; é segurança para os bichos e para os participantes. Falhas nesse ponto costumam virar tema quente nas redes.

Na parte visual, o cenário mantém o charme de madeira, ferramentas, celeiro e ambientes externos amplos para provas. O clima rural faz diferença no comportamento: o corpo cansa, a paciência encurta e a casa, inevitavelmente, mostra quem é quem. A câmera aberta pega as pausas, os silêncios, as combinações de canto de orelha e os pedidos de desculpa que, às vezes, valem mais que um discurso ao vivo.

Para a Record, colocar o sinal 24/7 sem cortes é uma aposta ousada. É um gesto de confiança na equipe de produção e um aceno para o público que quer decidir com base no todo, não apenas no melhor momento da edição. Do ponto de vista de negócio, também é uma ponte para assinaturas do Record Plus e para novos formatos de conteúdo, como quadros diários nas redes que recapitulam a vida da casa com contexto.

E onde entram as "surpresas" que Carelli prometeu? Normalmente, elas chegam em gente que não estava no radar ou em viradas de dinâmica. A primeira costuma mexer na formação de grupos: quando entra alguém inesperado, alianças se reacomodam. A segunda muda incentivo: premiações relâmpago, consequências de prova, restrições temporárias. Nada disso precisa de espetáculo para funcionar. Bastam regras claras e timing.

A presença de Gaby Spanic também abre uma frente internacional de interesse. É raro um nome com esse capital de novela latina topar o confinamento rural brasileiro. O efeito imediato é expansão de conversa para fora do país e, internamente, a curiosidade dos colegas. No dia a dia, o ponto-chave será a adaptação. Carisma ajuda, mas tarefa e prova não respeitam currículo.

No bloco dos veteranos de reality, a régua é outra. Quem já saiu e voltou a entrar em um formato de confinamento conhece os atalhos e, às vezes, morre pela própria experiência. O excesso de cálculo entrega jogo. Os melhores sabem dosar: demonstram estratégia, mas sustentam vínculo real com a casa. Televisão premia verdade percebida, não plano perfeito no papel.

Humoristas e apresentadores, por sua vez, carregam o risco do personagem. É tentador manter o modo palco o tempo todo. A fazenda, porém, cobra rotina e escuta. Quem entende o ritmo do grupo e entrega leveza sem atropelar o outro costuma romper a barreira do entretenimento puro e virar liderança afetiva.

Influenciadores e cantores chegam com torcida organizada. Mutirão em votação faz diferença, mas não sustenta favorito sozinho. O público digital costuma ser exigente com coerência. Disse hoje, sustenta amanhã. Em 24/7, a contradição aparece cedo.

Entre as prioridades da primeira semana, além de caçar infiltrado, está definir claramente quem faz o quê na lida. Tarefas bem distribuídas derrubam briga pequena e evitam que tudo vire guerra por esponja e prato. A produção conhece esse truque e, tradicionalmente, aponta responsables por áreas. O bom de reality é ver o combinado virar hábito. E hábito, com o tempo, revela caráter.

Do ponto de vista de audiência, a mistura de nomes de TV aberta, redes sociais e música tende a aquecer conversas paralelas: fanbases em plataformas diferentes geram picos de atenção em horas distintas. Um barraco noturno vira viral de manhã. Uma prova pesada à tarde vira análise técnica à noite. Sem cortes, a curva de interesse fica menos previsível e mais orgânica.

Em resumo, a temporada abre com três promessas claras: jogo social turbinado pelos infiltrados, vida rural com desafios adicionais — incluindo o cuidado com búfalos — e contato total com o público por meio do streaming contínuo. A Record sinaliza confiança no formato e aposta que a combinação de nomes fortes com transparência de transmissão devolve ao reality aquele sabor de experiência coletiva que domina a conversa do país.

Por agora, vale ficar de olho nos sinais pequenos: quem acorda antes sem fazer alarde, quem escuta mais do que fala, quem organiza a cozinha sem tirar onda, quem cede espaço na hora da treta. Reality bom se constrói no detalhe. E detalhe, com câmera ligada 24/7, não tem como esconder.